domingo, 1 de março de 2009

Somos Manipulados


Todos os dias nos empurram goela abaixo, via mídia (escrita, falada e principalmente visual) os mais variados assuntos, a maioria de qualidade duvidosa. O argumento maior é aquele que diz respeito a opção, cabe ao consumidor escolher o que quer. Mas há tanta porcaria que fica muito difícil para um ser de inteligência mediana e gosto razoável fazer uma separação entre o lixo e de lá retirar algo útil. Que dirá para amaioria da população! A imagem ao lado poderia muto bem ilustrar uma chamada do BBB (Big Bosta Brasil) não acham?

Continuação de A "Ditabranda"

De rabo preso com quem?

Alípio Freire (*)



A criação pelo jornal Folha de S. Paulo (FSP), da expressão “ditabranda” em seu editorial de 17 de fevereiro, para nomear a ditadura imposta com o golpe de 1964 e, em seguida, a agressão aos professores Maria Victoria de Mesquita Benevides e Fábio Konder Comparato, expressa em nota na seção de cartas da edição de 20 de fevereiro, não podem ser atribuídas apenas aos “maus bofes” de um jovem (?) herdeiro rico, mimado, que se supõe gênio (o que diariamente lhe repete sua corte), que não conhece limites e, portanto, afeito a chiliques.
Embora seja também isso, é muito mais, e só pode ser entendido a partir da história daquele jornal, e no quadro mais amplo do avanço (em nível internacional) das idéias, valores e políticas nazi-fascistas.
Sobre a trajetória do pasquim da Barão de Limeira, vejamos alguns depoimentos:
“Abandono do emprego”
A jornalista Rose Nogueira, presa pelos órgãos de repressão da ditadura no dia 4 de novembro de 1969, quando estava de licença maternidade da FSP, onde trabalhava, conta:
“Vinte e sete anos depois [19997], descubro que fui punida não apenas pela polícia toda-poderosa (...), pela justiça militar (...). Ao buscar, agora, nos arquivos da Folha de S. Paulo a minha ficha funcional, descubro que, em 9 de dezembro de 1969, quando estava presa no Deops, incomunicável, ‘abandonei’ meu emprego de repórter do jornal. Escrito a mão, no alto: ABANDONO. E uma observação oficial: Dispensada de acordo com o artigo 482 – letra ‘i’ da CLT abandono de emprego’. Por que essa data, 9 de dezembro? Ela coincide exatamente com esse período mais negro, já que eles me ‘esqueceram´por um mês na cela’. (...) Todos sabiam que eu estava lá (...) Isso era – e continua sendo – ilegal em relação às leis trabalhistas e a qualquer outra lei, mesmo na ditadura dos decretos secretos. Além do mais, nesse período, se estivesse trabalhando, eu estaria em licença maternidade”. (Rose Nogueira, “Em corte seco”, in “Tiradentes um presídio da ditadura”, Coord. Alípio Freire, Izaías Almada e J.A. de Granville-Ponce – Scipione Cultural - 1997).
Palafreneiros da ditadura
O jornalista Mino Carta, em entrevista à AOL, em 2004, quando se completavam 40 anos do golpe, comenta as relações da FSP com a ditadura:
“A Folha de São Paulo não só nunca foi censurada, como emprestava a sua C-14 [carro tipo perua, usado para transportar o jornal] para recolher torturados ou pessoas que iriam ser torturadas na Oban [Operação Bandeirante]. Isso está mais do que provado. É uma das obras-primas da Folha, porque o senhor Caldeira [Carlos Caldeira Filho], que era sócio do senhor Frias [Octavio Frias de Oliveira], tinha relações muito íntimas com os militares. E hoje você vê esses anúncios da Folha - o jornal desse menino idiota chamado Otavinho [Otavio Frias Filho] - esses anúncios contam de um jeito que parece que a Folha, nos anos de chumbo, sofreu muito, mas não sofreu nada. Quando houve uma mínima pressão, o sr. Frias afastou o Cláudio Abramo da direção do jornal. Digo que foi a "mínima pressão" porque o sr. Frias estava envolvido na pior das candidaturas possíveis, na sucessão do general Geisel. A Folha estava envolvida com o pior, apoiava o Frota [general Sílvio Frota, ministro do Exército no governo Geisel]. O Claudio Abramo foi afastado por isso.“("A mídia implorava pela intervenção militar" Entrevista com Mino Carta. Por Adriana Souza Silva, da Redação AOL, abril de 2004)

O testemunho da pesquisadora
A historiadora e pesquisadora carioca, doutora Beatriz Kushnir, autora do mais completo trabalho sobre o comportamento da grande mídia comercial durante a ditadura, “Cães de Guarda”, é lembrada pelo jornalista Paulo Henrique Amorim, em sua “Conversa Afiada” de 20 de fevereiro, a propósito da FSP:
“Como demonstrou Beatriz Kushnir (...) a Folha cedia as vans para o Doi-Codi fazer diligências, levar suspeitos para as sessões de tortura e fingir que se tratava de um carro de reportagem em atividade jornalística”. (“Cães de Guarda” – jornalistas e censores do AI-5 à Constituição de 1989”, de Beatriz Kushnir, Boitempo Editorial).
Em sua coluna, Amorim reitera ainda a denúncia feita por Mino Carta a respeito do afastamento do jornalista Cláudio Abramo do comando do jornal.
Quanto ao episódio da utilização dos carros da FSP para fins repressivos – como apontam Mino Carta e Paulo Henrique – é fato que consta de diversas publicações e depoimentos. A revista “Teoria & Debate” – da Fundação Perseu Abramo – nos anos 1990, publicou uma carta do ex-preso político e hoje advogado de movimentos populares e causas ligadas aos direitos humanos, Aton Fon Filho, que denuncia exaustivamente essa ligação criminosa.
Um diário oficial da repressão
Mas, não pensem os leitores que a história da empresa Folha da Manhã (propriedade da família Frias), da qual a “Folha de S. Paulo” nos anos da ditadura era apenas um título (ainda que o carro chefe), num conjunto que somava mais de meia dúzia de outros, como os jornais “Última Hora”, “Noticias Populares”, “Folha de Santos”, etc., sem esquecermos, é claro, a menina-dos-olhos da repressão, a “Folha da Tarde”.
A “Folha da Tarde” (FT) é um capítulo à parte. Algo assim, como se a FSP coubesse em “obras escolhidas” e ela, a FT, merecesse “obras completas”. Até 1968 esse jornal cobria de forma razoavelmente decente o movimento estudantil, e outras manifestações de oposição à ditadura. Contava com uma equipe formada, em sua maioria esmagadora, de bons e sérios profissionais – muitos dos quais acabariam posteriormente presos, como o caso da jornalista Rose Nogueira. Na ocasião, o logotipo do jornal era vermelho. Passados alguns meses da decretação do Ato Institucional Número 5, de repente, não apenas o logotipo foi mudado para preto, como sua direção passou a ser composta de pessoas ligadas aos órgãos de repressão, inclusive à famosa Escuderie Le Coc (nome fantasia do Esquadrão da Morte) – o que facilmente qualquer neófito é capaz de perceber, folheando a coleção desse jornal. Também a essa questão se refere, com detalhes, a historiadora Beatriz Kushnir em seu livro “Cães de Guarda”.Uma ameaça a todos os brasileiros
Dadas essas breves pinceladas sobre a trajetória da Ilustre Folha, cabe chamar a atenção para um importante aspecto que é o verdadeiro significado da nota e da agressão contra os professores Maria Victoria e Comparato: ao atacar tão virulenta e desrespeitosamente essas duas figuras que merecem toda a admiração do nosso povo e de todos os homens e mulheres que lutam por uma sociedade democrática e justa, onde os direitos humanos e todos os direitos dos cidadãos sejam respeitados, o que pretende a Folha de S. Paulo, sua direção, é ameaçar todos os que se oponham à sua visão de mundo e aos seus objetivos.
Aliás, entendemos que caberia ao governador José Serra, seu partido e seus aliados do DEM – de quem a FSP é deslavado cabo eleitoral, transgredindo todas as normas éticas e legislação eleitoral – manifestarem-se publicamente a respeito desse episódio que, sem dúvida alguma, os compromete.
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BOX
Reproduzo aqui as cartas enviadas à Folha de S. Paulo, pelos professores Maria Victoria Benevides e Fábio Comparato, que faço questão de subscrever publicamente.
E no pé, para conhecimento dos leitores, a nota da redação da Folha de São Paulo.
Maria Victoria de Mesquita Benevides, professora da Faculdade de Educação da USP (São Paulo, SP): "Mas o que é isso? Que infâmia é essa de chamar os anos terríveis da repressão de "ditabranda'? Quando se trata de violação de direitos humanos, a medida é uma só: a dignidade de cada um e de todos, sem comparar "importâncias" e estatísticas. Pelo mesmo critério do editorial da Folha, poderíamos dizer que a escravidão no Brasil foi "doce" se comparada com a de outros países, porque aqui a casa-grande estabelecia laços íntimos com a senzala -que horror!" Alipio Freire
Fábio Konder Comparato, professor universitário aposentado e advogado (São Paulo, SP): "O leitor Sérgio Pinheiro Lopes tem carradas de razão. O autor do vergonhoso editorial de 17 de fevereiro, bem como o diretor que o aprovou, deveriam ser condenados a ficar de joelhos em praça pública e pedir perdão ao povo brasileiro, cuja dignidade foi descaradamente enxovalhada. Podemos brincar com tudo, menos com o respeito devido à pessoa humana." Alípio Freire

Nota da Redação - A Folha respeita a opinião de leitores que discordam da qualificação aplicada em editorial ao regime militar brasileiro e publica algumas dessas manifestações acima. Quanto aos professores Comparato e Benevides, figuras públicas que até hoje não expressaram repúdio a ditaduras de esquerda, como aquela ainda vigente em Cuba, sua "indignação" é obviamente cínica e mentirosa.
Alípio Freire,
jornalista e escritor, foi presidente da Associação Brasileira de Imprensa – Seção São Paulo (1978-1979), e editor de Política Internacional da Folha de S. Paulo (1977-1979). Preso político (1969-1974), pertence hoje aos conselhos editoriais do jornal Brasil de Fato, da Editora Expressão Popular e da Revista Fórum, além de integrar o Conselho Político da revista Teoria & Debate. Colabora ainda com diversas publicações populares e de esquerda.

sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

A "Ditabranda" da Folha de São Paulo

Em editorial publicado no dia 17/02/2009, a Folha ao fazer uma crítica ao governo Hugo Chavez cunhou o neologismo Ditabranda ao referir-se ao período negro de nossa história(1964 a 1985). Justificando-se ao comparar com outros regimes totalitários, afirma que as mortes foram poucas. O que impressiona mais são as respostas dadas aos leitores chocados e revoltados, pois quando deveria fazer uma mea culpa o jornal comporta-se como o dono da verdade, chegando até a ofender intelectuais, chamando-os de cínicos e mentirosos. Em breve postarei links e conteúdos a respeito.

segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

Antonio Nóbrega

http://www.topmusicas.net/antonio-nobrega/coco-da-lagartixa.htm#orkut
O link acima foi a única maneira que encontrei para colocar uma música deste artista pernambucano em meu blog. Gostaria que mais e mais pessoas o conhecessem, pois vale a pena! Ouça e comente aqui, acredito que sua música diz tudo. O resgate de nossas raízes musicais, a criatividade, a performance... conheça e aprecie.

sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

Blogs

Recentemente no yahoo respostas alguém colocou o link de seu blog, solicitando opiniões. Como participo e sempre que me interesso colaboro com respostas, fui visitar o blog. Causa-me espanto ocupar o espaço de um blog que poderia ser tão grandemente aproveitado com banalidades e non senses. Este espaço em que vez ou outra escrevo(por absoluta falta de tempo), deve e pode ser melhor aproveitado. Sei que não sou muito visitado, mas tenho certeza de que se o fosse aqueles que dispusessem de um tempo mínimo para ler o que escrevo talvez aproveitassem melhor o seu tempo, discordando ou concordando comigo. não gostaria que fossem indiferentes, porque foi esta a reação que tive ao visitar o blog em questão. Lamentável!!

sexta-feira, 31 de outubro de 2008

Por Amor?!?!

Sei que é um assunto batido e rebatido, mas não poderia deixar de postar um comentário. Recentemente comentei a respeito da mídia em todas as suas formas, impressa e visual; e seu poder de manipulação e controle. Afinal percebe-se claramente a reação das pessoas quando estão em frente de um microfone e diante de um cinegrafista, seja qual for a posição da pessoa ela transforma-se e sente-se dotada de um verdadeiro sentimento de superioridade, de não ser igual aos demais mortais que apenas podem vê-la em suas casas. Não exagero quando afirmo que transformar um caso de cárcere privado em um show de mais de 100 (cem) horas de duração, é algo que somente acontece em terras tupiniquins. Infelizmente este show acabou mal. A desculpa das autoridades é de que tratava-se de um caso de amor, e não de um bandido com reféns durante um assalto. Bem esta desculpa não justifica a precoce morte de uma adolescente. Em qualquer lugar do mundo onde o poder da mídia não seja superior ao poder constituído, o assassino em potencial seria eliminado antes de potencializar sua intenção. Refletir e concluir que a mídia é uma das grandes responsáveis pelo desfecho trágico não é dificil.

quarta-feira, 1 de outubro de 2008

http://br.myspace.com/oasis

Ouça e comente aqui, Liam Galagher afirma que é a melhor obra do Oasis, pessoalmente eu prefiro Radiohead. Mas comparações jamais devem ser feitas, portanto ouça e dê sua opinião!